sábado, 26 de novembro de 2022

Dreaming my Dream...O ano de 2022 que não se foi...E champagne!


Numa noite quente de ventania gelada, no ano novo a chegar a um mês, com pessoas e amigos queridos, pais, pais, mãe, choro e toda a família mais que completa. E eu agradecendo pelos saltos altos confortáveis e pela música clássica galanteada por violinos e pela harpa no auditório.

Estava tudo em Claredon... Eu estava querendo muito uma noite hercúlea como esta. Escolhi uma típica música virtuosa de técnica russa do glorioso compositor e esplêndido russo Tchaikovsky em homenagem a nós, que dia ou outro estamos sempre colhendo algum pólen para semear em páginas que encontramos brancas.

Era à noite e sonhei que eu vivia num castelo celta e era sacerdotisa. Havia um cachorro adestrado muito carinhoso e bonzinho, eu me deitava no salão e brincava com ele, às vezes me assustava com seu latido forte. O castelo era enorme, de piso de pedras grandes, eu tinha várias relíquias, como broches, perfumes, vestidos, elixires, poções fluorescentes, pós coloridos e cintilantes, joias, ervas raras, venenos, remédios, tudo ali me cercava ao total e completo ocultismo da luz e das sombras. Mas houve um episódio em que eu estava na vila e um cavaleiro rude e caçador de bruxas estava parado com os seus. E começou a mexer comigo e a dizer palavrões na língua saxônica. Ele disse, olha só a nobreza do castelo, como está o rei, e falou mal da nobreza, eu desconversei, começou a falar obscenidades em saxão e eu saí, continuei andando pela vila e o clima no vilarejo era maravilhoso, havia um ar de mistério misturado a um bem estar.

Quando acordei, percebi que havia de ir novamente àquele banco para buscar o malote do depósito para a conta da autarquia. Dei uma murchada naquela hora pois me lembrei de que eu teria então, que me encontrar na ida e na volta com o gerente e ele costumava dar uma piscadela de olho pra mim, mesmo usando uma aliança douradona gigantesca na mão esquerda.

Ao invés de me sentir intimidada com o seu olhar despindo minha roupa de frio naquele verão gelado, olhei diretamente na mão esquerda dele, bufei, fiz um bico, levantei a cabeça, acenei para o casal de seguranças do lado oposto e saí pela porta giratória olhando para o oposto de onde aquele ser mínguo, minguante e vagabundo estava. Depois daquele dia eu jamais fui a mesma novamente, até que decidi que aquilo não tomaria mais conta do meu presente momento, passei a olhar as entrelinhas de azia da vida como situações com oportunidades de crescimento.

Então olhei para mim mesma com compaixão, sem ter aquela voz condenadora para os meus erros ou para os dos outros. Em outros laços de tempos, as pessoas as quais eu pensava significar alguma coisa para mim se tornaram cada dia mais insignificantes, nem me lembrava certamente seus rostos exatos ou seus sobrenomes, que também eram insignificantes tendo em vista a vastidão de sobrenomes enriquecedores com os quais eu já estava convivendo ao longo de minha jornada entre São Paulo, Europa, Oriente Médio, Seatle e Ásia. Mesmo que meu dinheiro não significasse nada para eles, pois uma coisa eu aprendi na vida, saiba ser humilde sê rico, pois há sempre um maior à sua frente. Eu sempre fui enriquecida com cultura e experiência que iam além de se atolar de bebidas alcoólicas ou fazer uma piada a la caipirosca pretendida de preconceitos e ofensas, completamente desqualificada. E os restos mortais de outros haviam ficado cegos por quebrar uma garrafa de cerveja para usar o fundo como óculos, ou se auto empalaram em quaisquer das lanças imensas arremessadas pelas revoluções armadas ao interior do país, quiçá caíram em algum fundo de lona, ou se viciaram em ácidos lisérgicos, anfetamina, ou em vodka russa feita com puro álcool pelos sem teto no frio da família Romanov.

Depois das auto autoridades lançadas em forma de penalidade, de vigiar e punir, de tanto que havia lido e relido Foucault para o trabalho final de conclusão de curso, durante toda a faculdade de antropologia e ciência política fiquei confusa e pesada, e pude perceber que finalmente, quase uma década depois eu estava me reorientando na minha própria sociedade organizada, que havia desparecido de tanto descascar camadas e mais camadas de cebolas sociais, percebi o que era bem-estar e plenitude, e aproveitei o doce e suave sabor da flor da macieira que é chegada em dezembro.

Já não mais me ensaiava àquela fadada vida insossa, àquele emprego enfadonho, cheio de dissabores, desamores, anarquia burocrática e imoralidade do sujo e do imundo.

A mulher que me recebeu foi tão generosa que saí do prédio com ar de flutuação, ao passar pelo jardim à frente, fui pisoteando cada casca de semente caída pelo verão com frio, pelo qual estávamos passando. Ao entrar no carro eu pensei, quando estiver em um emprego melhor, sentirão falta da pessoa que eu fui aqui dentro, essa era uma certeza da qual até então eu não tinha. E fiquei pensando nisso a tarde toda, como se um apoio para as mesmices pelas quais eu passava naqueles dias.

E eu tinha toda razão, como sempre costumava ter, desde criança. Um mês depois de me relocar em outro prédio público, o ex-gerente me queria de volta. Quando ouvi a diretora com ele em áudios eu paralisei e fechei os punhos, saí andando tranquila para pegar café quando ouvi algo assim, procura outra pessoa por aqui ela é fundamental pra gente e daqui ela não sai.

Agora era questão de uns dias, semanas, ou talvez mais e mais algumas semanas para que a família toda estivesse realmente se totalizando em todos nós, pais, pais, pais, pais, pais, mãe, choro, amigos, amigas, irmãs, primos, sobrinhos, lençol branco, gato, cachorro, bengal, wippet, Samantha e Frigg, vestidos novos de alfaiataria e bolhinhas brilhantes de oxigênio a se perderem na atmosfera terrestre....ah, como eu me sentia importante nos dias em que podia enxergar as minúsculas bolhas de oxigênio se desfazendo e refazendo no ar em milésimos de segundos. Eu já havia encontrado minha bengal pela metade do preço, bem perto de casa, estava preparando um novo bairro mais plano no qual eu pudesse andar com a Frigg de manhã e à noite, quando chegasse do trabalho. Comecei o ano comprando meu primeiro relógio de Swarovski, e terminei o ano adquirindo um anel de ouro branco 24 kl e sete pequenas pedras de rubi no valor de onze mil. Quatro peças de pano de linho, malha e algodão sobrepunham a cama do meu quarto com cores felizes e sóbrias que só o cinza e o azul marinhos podem ter. A porta havia de ficar sempre trancada na tramela e na chave, mas, todos da travessa sabiam que no portão era dado o acesso à campainha 24 horas por dia.

 ":-D

 


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segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Espada de bronze, espada de ouro

 Sabe, às vezes a vida se torna tão fundamental que suas forças acabam vindo de dentro de você, do âmago, do mais íntimo e profundo desejo. Hoje estamos super preocupados, bastante nervosos, intensidade de tensões, mãos tremendo e suando o tempo inteiro. Uma linha tênue entre o lúcido e o surto, entre a luz e a negritude do túnel, entre o som que acalma e a música fúnebre, entre a realidade e as estórias lindas e escorridas como um rio limpo cheio de pedras que corre abaixo no longínquo dos córregos, oceanos são demais. Pedimos para que a força divina segure nossa mão direita forte, indestrutivelmente. E então mais um pouco de força te faz acreditar que hoje estamos combalidos em tristezas e dilacerados em desesperança, mas amanhã se morrermos, poderemos ir para o céu. Acredito que no céu tem shopping e land rover. Tem trem bala movido a estrelas cintilantes. As calças jeans são feitas por São Cristovão, os vestidos são feitos por deusas, as sandálias são feitas por Jesus e os cachorros pulam na gente o tempo inteiro, e os gatos miam estridamente sem ninguém ter medo de seus gritos que são lindos como o cantar da noite que vive na solidão à espera do luar que brilha repleto de zircônia. Acredito que no céu, o ouro é transparente, a prata é escorregadia, e os rubis e as esmeraldas brilham acima das árvores. No céu existem vagalumes de dia e de noite, flores de brilhantes coloridos, o sol e a noite ao mesmo tempo, o templo, a casa, o refugo, o respirar, o se acalantar, o se abraçar, o se amar, o se chorar as lágrimas que deixamos de chorar no passado enquanto éramos vivos neste mundo...Porque nesse mundo não se chora, se luta.
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sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Redemoinho mais profundo

 

 Mas eu acho que é tudo um beco sem saída. Um cul de sac, como dizem em francês. A tradução literal é saco sem fundo, mas realmente significa um beco sem saída. Não vejo soluções. Pela ruela escura, nossas sombras são iluminadas por lâmpadas amarelas de pouca vontade, nós sequer percebemos o tamanho do risco que é seguir em frente, atrás de cada latão de lixo, embaixo de cada esgoto, há um chamado para a morte, para a cilada carregada de ocultismo, orações praticadas por canibais dos demônios. Cada dia o ciclo se torna mais estreito, vicioso, e o redemoinho, mais profundo.

Enquanto discutiam, as ruas do centro eram atacadas diretamente por tribos rebeldes, gordos esfaimados como se todo a carne e o pão do mundo não lhes fossem suficientes para acalmar a fome. O mundo todo assistia aos noticiários e ninguém sabia o que acontecia. Mas quem estava de perto havia visto, a tontura de um mundo que quase havia caído do sistema solar, e que aprendera a disseminar luta ao invés de ouvir a parcimônia dos juízes puros de bom coração, os transparentes de alma que sequer conseguimos enxergar nas nossas vidas.

A mídia se orgulhava o tempo todo por ter sempre exatamente o que exibir nos telejornais. Sempre em euforia, quase ninguém refletia sobre como aquilo podia ser mal para a boa norma da casa. Tudo era em vão. Quem ouvia a voz de Deus sorria, mesmo em sinal de aperto nos corações singelos, sabiam que teriam de lutar, ali, no obscuro, no obtuso, no distante, em dor, no silêncio constante, de olhos jurados.


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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Corvo de sangue

 

Quando eu estava quase dormindo, escutei a voz do meu sangue, olhei para o norte e vi a lua, misteriosa, inexplicável, enigmática, provocando pedras de zircônia em sua órbita no universo. Deixei a janela aberta e coloquei uma vitrola antiga dos meus ancestrais para tocar, adormeci em um lençol branco, meu coração se apertou, adormecida ainda, olhei através da janela e vi algo que nunca havia visto, um demônio de lábios amarelos e olhos vermelhos, corcunda, vestindo uma capa azul escura e brilhante, esquálido, rosto cadavérico, dentes afiados e um sorriso nojento. Em silêncio, peguei a pistola e o acertei. O demônio não morreu, transformou-se num corvo de olhos sangrando. Me ajoelhei a ele e pedi misericórdia. O corvo voou sobre minha cabeça e pousou na estante de livros, ali ficou, com os olhos escorrendo sangue grosso de um ventre machucado. À medida que sangravam seus olhos, ele bebericava cada gota e o ambiente se tornou gélido como nas montanhas nórdicas. Ainda ajoelhada, eu peguei um livro sagrado e comecei a cortar picadinhos de papeis, folhas picadas enchiam a sala, quando terminei, havia folhas picadas em pequeninos pedaços aos montes pela sala, uma música demoníaca tocou na vitrola, o corvo parou de chorar sangue e voou pelo ambiente, engolindo cada pedaço de papel picado. Eu ainda ajoelhada, ele pousou em minha nuca e abriu asas que nunca pareceram tão grandes assim, cobrindo todo meu corpo. Dizia um idioma que os inocentes não conheciam, foi tirando de mim cada joia herdada de meus ascendentes, colar de ouro, brinco de pérolas, anéis de brilhante e esmeralda. Quando ele me tirou a esmeralda eu clamei, “isso me traz sorte e fortuna”, ele deslizou seu bico afiado pelo meu corpo todo me cortando e deixando marcas de sangue. Uma mulher tão forte como eu havia sido dominada por um demônio de lábios amarelados que havia se tornado um corvo psicótico. Percebi que ao leste descobria-se o nascer do sol. Pensei que o corvo maldito fosse embora depois de ter me feito ajoelhar, louvar, picar textos sagrados e deixar de ser uma rainha cheia de heranças abençoadas pelo ouro e joias. Ele então me disse, “venha conosco”, eu gritei um brado de horror e disse, “se ele é o diabo, eu sou uma veia abençoada”. Ele ainda em minha nuca, com suas asas me encobrindo, dilacerando minha raiva e meu ódio ao perigo, ao mal, ao fantasmagórico, ao submundo cruel, segurei suas largas asas pretas e meu amor pela minha vida me transformou em uma guerreira, quebrando em pedaços todos os nervos e ossos de suas asas. Ele sem asas, bicava aterrorizantemente minha cabeça, e doía com ódio. Virei-me na posição de frente a ele, ouvi seu último som de pio sombrio. Abri corajosamente minha boca e quebrei todo seu enorme bico com meus dentes. Voraz que fui, sobraram-lhe os olhos. Já havia utilizado as mãos para quebrar suas grandes asas, e a boca para esmagar seu bico. Levantei-me pisei em seus olhos, deixando-o cego, doente de morto. Coloquei-o numa gaiola, da gaiola foi para um enorme pote de vidro blindado, cheio de éter. Tranquei com tampa de aço inoxidável e escrevi com tintas cinzas, “aqui jaz um corvo, um demônio, um morcego deformado, um pássaro amaldiçoado cheio de poder e força, mas eu o derrotei porque o meu ódio contra o próprio ódio é maior do que qualquer ódio”. Coloquei-o na estante, comprei novos textos sagrados, físicos, áudio books e Kindle. No dia seguinte, peguei panos brancos e limpei todo o sangue que havia ficado. Lavei os panos e os enterrei no quintal. Vesti um vestido preto e comprido e fui até à cozinha, grata pela vitória, e impaciente da vida, pois o corvo desumano e nefasto havia me deixado sem café por uma noite e um dia inteiro. Fui moer o café, passei no filtro, sentei-me à mesa, respirei fundo e pensei, “interessante matar um demônio, mas da próxima vez eu arranco seu coração com um punhal e o coloco numa bacia de prata com etanol e pó de ouro, não gostaria e ver ninguém morrer infeliz”.  



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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Um carneiro das Neves se foi…

 Mijaill Gorbachev morreu essa semana, e eu nem sabia que ele estava vivo ainda...o último secretário geral do Partido Comunista Soviético quando houve a separação da Rússia e da Ucrânia que tem tido ecos neste ano de 2022. Morreu com 91 anos e era uma parte da hstória, uma figura que marcou uma passagem no mundo da Guerra Fria. A partir do momento que tomou posse em 1985, ele iniciou o processo de abertura, ele não era alguém que queria acabar com a URSS mas sim queria reformar a União Soviética para que ela contiunasse existindo. Quem queria acabar com a URSS era 

Boris Yeltisin. Gorbachev lança a Glasnot e a Perestroika, que tinha por objetivo promover uma certa transparência política, uma abertura política, permitir que as pessoas falassem, que houvesse um pouco mais de liberdade de expressão... Ele quem enfrentou a crise do Chernobyl, quando a usina explodiu...A Guerra Fria nunca acabou, a política de ascensão atualmente é a democracia contra a autocracia...Gorbachev perdeu sem emprego em 1991.

Essa semana morreu um pedaço da história



domingo, 21 de agosto de 2022

De olhos fechados para o perigo

 

Marcaram o primeiro encontro num hotel, refinado, moderno, cama king size plus, cortinas claras, janelas enormes. Ela, Bathscheba, descendência de Davi, dois anos de krav maga, cientista política, escritora renomada internacionalmente, porém, solteira. Havia passado anos ocupada em se compreender intelectualmente, Trinity, Oxford, faculdades renomadas afora e brasileiras. Compreendeu que seria a hora de debruçar-se em um homem sensível que se inclinasse aos seus caprichos e ao seu charme. Alta, de ossos largos, cabelos marrom, sardas marrom, olhos negros como uma noite de inverno gelada nos centros antigos e dominados por estrangeiros em Dublin. Havia se sentido fascinada e cativada por quem havia conhecido em um aplicativo de encontros. Encontros ou desencontros, nunca se sabia o que haveria depois, os modos, a cultura, a família, os assuntos, as pretensões do futuro. Tudo poderia se afugentar e banir um amor tecnológico vigiado por criptografias e raciocínio lógico como possibilidades e verossimilhanças. Ele era Isaac Cohen, tribo de Levi, cinco anos lutando pelo exército israelense, agora aprendiz trainee do serviço secreto. O Mossad havia lhe ensinado tantas coisas que dificilmente confiaria em alguém prontamente, com desembraço fresco como um sopro. Loiro, olhos azuis, barba por fazer, alto e forte. Andava com uma automática presa a um cinto. Duro, de coração desconfiado, achava-se feio e desajeitado. Ela linda e com sensibilidade habitual. Ele, duro, resistente e inflexível. Não acreditaria que uma moça tão gentil e bonita estivesse realmente com vontade de vê-lo, de passar uma noite amorosa com Heineken, vape, música, fraternidade e abraços apertados e enlaçadores, unidos, ligados ao íntimo do afeto. Ela chegou no hotel por volta das cinco e meia, tomou um banho, ligou música, um folk indie manso e romântico. De repente se sentiu maluca ao encontrar um homem totalmente desconhecido com quem havia falado por três meses apenas no celular. Mas já estava ali, pagara o hotel refinado, a curiosidade de pagar para ver seu lindo Cohen loiro de olhos azuis a fazia permanecer, olhando o horizonte minado de prédios com algumas luzes já acesas, sentada no sofá, fumando um vape com sabor de nozes. “E se ele for um neonazista, agora que estou fadada ao perigo.” Em seus seios, por baixo do soutien, colocou seu punhal, no pulso, colocou braceletes ingleses pontudos e afiados, por cima uma jaqueta grande e quente. Ele demorava. “Como alguém pode renegar uma mulher livre que paga um hotel por uma noite?” Começou a achar tudo estranho, turvo como um rio que não se enxerga suas profundezas. Isaac Cohen permaneceu em pé, fingindo olhar o celular por quase uma hora, observando os hóspedes que entravam e saiam do hotel. Por vezes dava uma volta no quarteirão para olhar todas as janelas. Não havia nenhuma indiscreta. “Armadilha, rebelde palestina, aiatolá, neonazi, o que era aquela mulher cheia de palavras e discursos bonitos que havia dito se apaixonar por ele?!” De qualquer forma, guerreiro como era, já às sete da noite, fez o check in no hotel. O elevador subia enquanto ele se preparava. Bateu na porta, com a arma em prontidão. O coração dela acelerou em pulos de ansiedade e medo de um suposto perigo. Mas havia a curiosidade quase fatal que era maior do que a cautela. Abriu a porta com um sorriso e deu um passo atrás, com punhos acirrados. “Como você é lindo!” Ela disse. Ele entrou, fechou os olhos dela com uma mão e disse, espera, não se assuste. Revistando-a conseguiu encontrar o punhal e os braceletes ingleses. Com a automática em sua cabeça, consumiu “Mossad, não faça movimentos bruscos que sou mais forte que você”. Fez ela retirar seus pertences da mochila, da bolsa, abrir o guarda-roupas, gavetas dos criados-mudos. “Tudo bem, quem é você?!” Perguntou Isaac, colocando-a na cama e guardando sua arma. “Como você ousa duvidar de mim, meu guerreiro amado se transformou num guerrilheiro imundo! Desde quando isso são modos de começar um encontro? Acha que sou o quê? Uma persa do Irã com uma bomba escondida vindo ao Brasil atrás de você que é um trainee do Alyah Bet, pois do contrário não se identificaria como sendo um Mossad. Você deveria saber que isso é um segredo soturno e perpétuo!” “E você, Batscheba, aonde estava sua cabeça de começar um encontro num hotel? Achou que poderia se defender de um soldado israelense com um estilete e braceletes ingleses? Que maluca que você é! E ainda tentando se movimentar com uma krav maga armadora! Francamente, você é doida demais!” Ela começou a chorar, sentada na cama, abaixou a cabeça e levou suas mãos aos olhos. Ele ficou imparcial, observando por alguns segundos. Depois se sentou ao lado dela, com a pistola apontada para o chão e perguntou “Por que está chorando?” “Eu achei que fosse ser uma noite bonita, mas olha como você me conheceu!” “Me desculpe, foi um pouco de precipitação de minha parte. Mas você tem que entender, nem sempre uma mulher linda me paga um hotel e me promete uma noite perfeita.” “De modo algum, a precipitada fui eu, de qualquer modo você poderia fazer o que quisesse comigo, estamos sozinhos nesse quarto, mas me apaixonei pela sua atenção, não é sempre que um soldado israelense se mostra tão sensível para um amor de confiança.” “Levante a cabeça.” Disse ele, colocando sua automática na mochila. “Respira fundo, vamos começar de novo.” Seu corpo não perde para uma mulher de vinte, você é forte e muito sério pessoalmente, o que é isso, um vape, posso pegar, ah, se aproxime de mim, vem cá, não se faça de durona, você está apaixonada por mim, a paixão se estraga pela desconfiança, mas uma chance você tem de reverter esse processo maluco, quer ser minha meidala essa noite, quer ser meu yudio. “Acho que mais sincero e mais esclarecedor nosso encontro não pode ser”. Disseram os dois, e o primeiro beijo apareceu na noite alegre, nuvens rosas e pesadas de chuva, pessoas transitando pelas ruas, os recepcionistas do hotel tranquilos, o café da manhã seria na cama...




quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Olhos turvos pela pureza

Isso aqui definitivamente não é um conto sobre religiões, e sim sobre os perigos que, por vezes, a internet e as redes sociais podem trazer para a gente, homens e mulheres, mas principalmente mulheres. Ele se dizia ativista cristão, cantor gospel, fiel ao Criador. Adicionou ela nas redes sociais, cabelos ruivos, pele clara, magra, bem vestida, princesa que só ela. Passaram a se falar todos os dias, ela sentiu uma paixão extemporânea, ele se dizia enfeitiçado, encantado, caído, arrebatado. Paixão à toa, frívola, bandoleira, volátil e caprichosa, a princesa passou a mandar nudes, e mais e mais nudes. Ah, o amor! Ela se imaginava em restaurantes, nos shoppings de mãos dadas, recebendo flores num dia comum, trocando presentes no dia dos namorados. Marcaram um encontro um mês e meio depois. Num restaurante vegetariano. Noite fria e escura, de vento gelado, onde as sombras negras pairavam ao lado dos corpos vivos e mostravam seus dentes. No jantar ele falava bastante, sorria e a interrogava com delicado interesse, fazendo com que ela se sentisse especial, única, singular, uma rara beleza de mulher. Naquela noite, ao se despedirem, ele disse, “vou te beijar no segundo encontro, porque ainda quero te ver”. No segundo encontro foram a um barzinho na zona sul da cidade, uma noite de primavera gelada, ela colocou vestido vermelho, botas estilo coturno e um cardigan de lã cinza, prendeu os cabelos com tranças embutidas e estreou seu perfume comprado para o verão, “Sun Flower”, de Elizabeth Arden. Sentindo-se majestosa, desejada e querida, falou muito, ria rios de alegria e na verdade, todo aquele feitiço era para ela própria. Ela muito precavida disse que pegaria um taxi até à casa sozinha, era melhor que pegar carona com ele, “nesses tempos você sabe que a gente não pode confiar em ninguém”, falou soltando um sorriso. E ele disse “nem em mim? Pôxa! Me senti magoado agora!”. Ela se desculpou e disse que ainda estavam se conhecendo, então ele disse que queria uma chance de provar que ele era confiável. Semanas depois, marcaram um drink num bar de um hotel no centro antigo da cidade, hotel, antigo, clássico, de luxo, com pessoas movimentando o ambiente a todo o tempo. Ele bebeu um blood mary sem álcool pois se dizia cristão, ela bebeu duas ou três Heineken, que provavelmente não a deixaram inconsciente. Então ele disse, “prova que você confia em mim, afinal, estamos nos falando há dois meses, me dá esse presente, vamos subir para um quarto”. Ela, sentindo-se tão amada, extraordinária, atraente e estimulante, deixou a curiosidade falar mais alto. Ao entrarem no quarto, ela perguntou se ele queria ver a lingerie dela, ele disse que sim, mas que queria que ela primeiro vendasse os olhos para que ele tirasse toda sua roupa. Sensação inédita, com um pano em seu bolso turvou seus olhos do prazer e da doçura do encantamento, do inesperado gentil, da paixão tão leve que de esqualidez até que tinha. De olhos vendados, sentiu seus beijos pelo corpo todo, depois a virou, tampou sua boca e a deflorou constrangendo-a violentamente, como uma agressão mais que ardida, mais  que doída, mais que vexatória. Naquele instante ela só pensou em não morrer, e instantes de pensamentos se passavam na escuridão da sua mente, “ele era tão bom comigo...por quê...”. Quando ele terminou, jogou ela do lado, “não abra os olhos”. levantou-se, vestiu-se, deu um chute em sua perna, cuspiu em seu corpo e disse, “sua vagabunda, não vale nada”. E foi embora, deixando ela perdida no espaço, imóvel, intacta pela pureza da inocência. Depois de mais de meia hora ela trancou a porta, tomou um banho, se enrolou nos cobertores do hotel e pegou o celular para pedir ajuda. “Amiga, você pode vir aqui? Estou com um sério problema. Mas não traga nada para turvar meus olhos, só preciso de você agora, okay....”




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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Ah economia chinesa! Hare krishna!

Recentemente tive contato com uma companhia chinesa de internet a qual me aflorou alguns pontos nostálgicos sobre minha adolescência. Como companhia chinesa, consideraria muito importante o trabalho da China com a economia nos últimos trinta anos. Isso tem a ver com economia de inclusão. Em outras palavras, eu recentemente li uma pesquisa escrita pelo Instituto de Pesquisa Internacional de Paz em Estocolmo sobre o “Cinturão de Seda”, o famoso “Silk Belt” que só de pronunciar já percorre translúcido e fluido pela Eurasia afora. Enfim, uma pesquisa bem esclarecedora sobre como é a economia chinesa, além daqueles jargões cuspidos, “a China é comunista”, o Sistema politico chinês é comunista, mas a economia chinesa é capitalista, convenhamos, né…até cego vê e isso é para inglês ver também. O instituto de pesquisa de Estocolmo é independente e é dedicado a pesquisas de conflitos, armamentos e desarmamentos. Indo além neste assunto, os estudos revelam sobre os meios de exploração da economia chinesa. Então, eu tenho aprendido que a China estimula a integração da economia entre o continente da Eurasia e eles possuem uma profunda cooperação entre UE e o resto do globo. E… qundo o Cinturão de Seda está em desenvolvimento comercial com outros países, a China promove uma iniciativa de colaborar com uma proteção bilateral de economia e de segurança de fronteiras entre os países colaboradores de seus comércios e economia. Nada mal para quem é chamado por José Biden de tirano assustador, ditador monstro, etc…

Mas o que me enlaça em nostalgias soturnas da adolescência é um fator invisível no que diz respeito ao multirão da massa global consumista e acelerada. Quando a China começou a lidar com o mercado global neste caminho multinacional, as mercadorias começaram a aparecer nas lojas em laga escala, então o poder de compra passou a ser maior para a maioria das pessoas que não tinham condições de ter um produto da loja. Digo isso por conta própria e aí vem minha nostalgia: quando eu era adolescente, eu não tinha perfumes, “rios” de maquiagens, dezenas de brincos, ou uma grande variedade de roupas. Hoje eu posso ter muito de tudo graças à super produção da China. Pra mim, sair às ruas comprar hoje é uma grande diversão, pois os produtos são acessíveis, conseguimos sair de uma loja com uma sacolinha cheia de makes e bijus, feliz da vida! A réplica da capinha original do meu iPhone tá vindo igualzinha a original, então tecnicamente ela passou a ser uma original também. E digo mais, quem muito critica, ou tem recalque ou não está feliz consigo mesmo. Tenho duas sugestões: estudar, ou virar hare Krishna. oXoX




A imagem dos druídas (nativos celtas da Britânia) foi só uma ilustração que achei que tivesse bem a ver ":~D

Learner and flowers in the soul


 SOME PEOPLE ARE JUST BORN WITH FLOWERS IN THEIR SOUL...COS SOME PEOPLE HAVE THE KNOWLEDGE WE ARE HERE TO BE SERVANTS NOT MASTERS IN THE WORLD...ALL OF WE ARE A LEARNER...

🫶🍀🖤

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Tem espaço, irmão?! C:-I }

 O Irã apresentou pedido para ingressar no BRICS.
  O pedido ocorreu dias após a reunião de cúpula do grupo, que é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo Teerã, a entrada no BRICS “resultaria em valores agregados para ambos os lados". Em um cenário de crescente instabilidade, aliar-se ao grupo pode contrabalencear a hegemonia americana e ocidental.  
Representantes do Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmam ainda que a Argentina também apresentou candidatura à parceria. Apesar disso, não houve confirmação de que uma candidatura formal tenha sido feita. Recentemente, o presidente argentino Alberto Fernández demonstrou interesse em aderir ao BRICS.



Eu, dragão do planeta ao lado


Sonhei que eu estava dormindo numa cama muito macia, com lençóis, travesseiros e edredom brancos. Subitamente fui sugada e me vi transitando em uma velocidade da luz por uma via cheia de faíscas até um planeta de dragões. O planeta era escuro, não havia sol, porem muitas estrelas cintilantes, cometas, estrelas cadentes passavam todos ao redor daquele globo desconhecido. A poeira daquele planeta também era marrom, mas a terra era apedregada, não um pó fino, mas sim uma poeira grosa e densa cheia de pedrinhas e pedras maiores. Também de cima do ar pairavam e caiam ao mesmo pequeninos feixes de luz dourada do tamanho de uma unha de bebê. Foi então que me confrontei com o dragão, e pude perceber que em volta dele havia muito ouro, brilhante, diamante, esmeralda, diamante negro, topázio e rubi. Ele era gordo, verde, colorido em algumas partes do corpo, rechonchudo e acalentador. Abriu seus pequenos e simples braços para me dar um abraço enquanto dizia com simplicidade em demasia: "você quer ficar rica para o quê e por quê?" Com suas mãos de patas gentis e pacientes, tão cheias de doçura que quase provei pra ver se não tinha gosto de algodão-doce...suas unhas afiadas....pegou minhas mãos e me consentiu a riqueza e eu voltei. Passei no túnel estelar novamente a mil velocidades da luz. Ao chegar, a velocidade diminui e eu caí na cama, adormecendo logo em seguida. Toda vez que penso em ser rica eu pensava, ah, mas falta alguma coisa dentro de mim antes, não posso simplesmente me comprar por dinheiro, me falta resiliência, me falta paciência, me falta o inglês, me falta o francês. Hoje já completei quase tudo. Algo como o espanhol e a paciência me faltam...mas não vou mais esperar. Senti que o meu dragão me chamou de verdade. Esse dragão sou eu mesma, pois as simbologias dos nossos sonhos não são senão nós mesmos. Allor Voilà...
Agradeço por ter descoberto que sou eu tão forte e determinada quanto o dragão!
C´est tout!




 

A ditadura de anticristo se chama Revolução da Luz

Busquei a coragem do lado de fora do quadrado, que era a janela pequena do quarto azul e gelado, algumas mulheres, Escabosa, e uma órfã. A t...