sábado, 12 de fevereiro de 2022

E a segurança de energia da China anda como?

Em questão da segurança da energia da China, sua economia cresce ao mesmo tempo em que tem avaliado quão longe vai sua energia e como o fornecimento dela está e ficará disponível, tanto no sentido doméstico quanto no campo industrial, e até agora, nos dois setores ela tem decaído. 

A China é dependente de suprimento de energia elétrica por volta de 60%, da qual metade vem do Oriente Médio e um quarto da África, enquanto depende de gás natural em volta de 30 por cento, dos quais 50% provem do Turcomenistão. 80% do suprimento de energia da China vem direito do Estreito de Malaca, que é a principal passagem marítima entre os oceanos Índicos e Pacíficos.

Em eventuais conflitos com os EUA, China acaba correndo o risco de ser interditada em relação aos seus acessos aos recursos energéticos. Portanto, um dos objetivos da China é criar energia alternativa e canais para ligarem  matéria bruta da Ásia Central, Leste Asiático e Paquistão, e dessa forma facilitar o Cinturão de Seda em seu empreendimento. Esses canais, a maioria ligados por ilhas, correm diretamente pela sobrevivência dos estados e por menos vulnerabilidade frente aos EUA. Em particular, o porto de Gwadar, no Paquistão, que é cedido para a China e serve como parte sul do corredor do Cinturão, pode dar suporte e manter o acesso aos recursos de energia. 

De qualquer forma,  deve ser notado que  a rota topográfica é um desafio assim como a segurança, já que se trata do território do Paquistão. Além do mais, a construção de oleodutos entre China e Ásia Central estende tempo, mas carregando óleo do Cazaquistão e gás natural do Turcomenistão e Uzbequistão, isso, em termos relativos, tem reduzido sua dependência marítima com a Rússia.



sábado, 5 de fevereiro de 2022

Números indianos

 

Contou as horas para vê-lo. Na cama, abraçou-se a si mesma e se enrolou na coberta sentindo o cheiro de alfazema no travesseiro, acabou sonhando que ele a acordava com um beijo no rosto. No café da manhã comeu ovos com queijo e suco verde, ouviu Beatles e a música, Hey Jude, escutou-a umas cinco vezes seguidas ao mesmo tempo em que se lembrava da noite em que estavam jantando à Beira Mar e ele disse que era muito importante que tivessem uma música e que já havia decidido qual seria. Ela disse que não gostava de Beatles, que Hey Jude era na verdade uma alusão à heroína, que era só notar quando na letra se dizia “the minute you let her under your skin, then you  begin to make it better”… E não o convenceu de que Beatles usava quase sempre em suas músicas, algum tipo de metáfora para fazer apologia às drogas, e então acabou sendo essa a música deles mesmo, pois afinal de contas, Hey Jude era uma música bonita se ela fosse levada em consideração justamente por esse sentido. Colocou um vestido preto e calçou tênis plataforma. Com protetor solar no rosto sardento, passou a encarar o sol de outono nas ruas apavoradas da metrópole. Com o pouco dinheiro que lhe sobrava do mês, pagou o Uber e desceu a serra do mar em direção à casa de veraneio que ficariam no final de semana. O cheiro da mata úmida e verde do morro lhe dava um gosto inédito a cada vez que descia a serra, dava vontade de adentrar a mata e comer a relva até se tornar aquele cheiro forte e enebriante. Novamente pensava nele e sorria gostoso um sorriso doce e aberto, da largura do amor que suspira no ar. Ele abriu a porta e a tomou pelos braços. Não havia cobranças, só confiança, ternura e paixão a dois. “O que você vai querer hoje?” Ele perguntou. “11, e você?””14”. “Ainda faltam 423 que não testamos”. Disse ela mordendo seu pesoço. “Teremos a vida toda para isso”. “A vida toda? Isso não é muita coisa?” Perguntou. “Não é muita coisa para quem vai passar a vida toda juntos. Queria te perguntar. Você aceita se casar comigo?” 423 era o número de posições do Kama Sutra que ainda não haviam provado. Eles eram um casal tedioso, como qualquer outro, entre idas e vindas, desapegos, dissabores, descompromissos, desimportâncias. Nunca haviam se levado a sério, diziam um a outro que namoro ou casamento estragaria qualquer tipo de relacionamento, que encontros casuais era o que bastava. Até que ela propôs o Kama Sutra, ele ficou apavorado, nunca alguém tinha feito proposta assim tão competente, será que ela estava falando a verdade mesmo? Teria que saber. Marcou tão rápido um encontro, e depois outro, e mais outro, e não parou mais. Até que ficou enlouquecido, e um mais apaixonado que o outro, os encontros não paravam de acontecer, e na paixão fervorosa, quente e imaculada das posições dos nobres indianos inventadas por Mallanaga Vatsyayana, acabaram sendo pegos pelos laços do envolvimento verdadeiro. Ele a tomou nos braços e perguntou, “Aceita?”. “Sim, eu aceito”. “Então vamos escolher juntos um número novo para amanhã”. “Melhor ainda.” Ela diz, e continua: “Vamos escolher dois, um para cada, como sempre fazemos”.



terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Epona e a Amazônia


M

erlinda passava as mãos sobre os cabelos ruivos e bagunçados de Epona, às vezes lhe dava um beijo no topo da cabeça. Enquanto Aron permanecia calado, ao mesmo tempo, acolhedor. Vamos todos superar isso. Pensou Merlinda em dizer, mas se calou. Sentou-se ao lado de Epona e pegou sua mão carinhosamente. Era melhor o silêncio.

          O celular de Aron estava na sua bolsinha que carregava na cintura, pregada ao cordão, vibrava a toda hora com mensagens vindas ao redor do mundo. Ele estava cansado daquilo e desligou o aparelho. Epona merecia mais sua atenção do que qualquer outro. Eles viviam felizes e protegidos na selva da Amazônia, entre cabanas, escondidas no meio das árvores gigantes da floresta. Eram três vilas distribuídas no sul da Amazônia, entre as cidades perdidas. As casas eram feitas de madeira, com telhados de palha amarrados fortemente em cipós, para suportar as tempestades. E em cada uma delas havia um quarto subterrâneo revestido de pedras, era o lugar que faziam alquimia e feitiços. Onde havia caldeirões de estanho, poções, mágicas, ervas secretas e livros sagrados.

          O livro sagrado do tempo ficava na casa de Epona, num cofre, numa passagem secreta entre a prateleira de livros e a sala ao outro lado, onde somente Ariosto tinha acesso. Havia muitos livros sagrados que revelavam mágicas extremamente poderosas. Elas estavam espalhadas ao redor do mundo, sob cuidados de sacerdotes confiáveis. Porque uma mágica utilizada de modo errado ou egoísta, poderia causar o desaparecimento de muitas fadas. Como já houvera no passado, famílias inteiras de fadas foram transformadas em poeiras no espaço, por causa do mau uso da mágica altamente poderosa.

          Na casa de Ariosto Medinis, tudo estava estático no tempo. De onde ele estava sentado, na sala obscurecida pelo crepúsculo, observava uma fotografia de Epona, quando fora para as praias desertas francesas pela primeira vez. Olhar sereno, em busca de uma grande sabedoria que estava por vir.

          O vento entrava pela porta dos fundos da sala, que dava para um jardim cheio de violetas, hortênsias, rosas e outras flores. Junto com uma cerca verde de hibisco, que separava a floresta da casa.

          Apesar do jantar ter ficado muito agradável, com cheiro de perfume das ervas do mato, nenhum dos dois comeu muito. Ariosto tentava manter todas as suas forças de muralha edificada de mil metros de altura. Mas sabia que Epona estava pouco ou quase nada convencida de sua calmaria. E ela também sabia que poderia não sobreviver à guerra.



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A ditadura de anticristo se chama Revolução da Luz

Busquei a coragem do lado de fora do quadrado, que era a janela pequena do quarto azul e gelado, algumas mulheres, Escabosa, e uma órfã. A t...