Busquei a coragem do lado de fora do
quadrado, que era a janela pequena do quarto azul e gelado, algumas mulheres,
Escabosa, e uma órfã. A tentativa da força para construir saiu pelas solturas
das grades, dizendo um homem magro e sedento de fome, com bigodes rentes
aparados para baixo. Mulheres de branco sempre eram procuradas para torturas e
aprendizados, aprendendo e convivendo no terror dos riscas facas.
Colombianos com moedas de tio Patinhas a
vender artesanatos e a praticar escambos em feiras, mulheres vestiam-se em
panos coloridos e os homens cantavam num soar grosso e grave, como tucanos
anunciando os fins dos céus azuis. O fim do apocalipse, o final do anticristo,
o começo da era anticristã finalmente estava chegando. Havia começado a
revolução anticristã. A ditadura de direita, na qual para entrar haveria de
saber microeconomia, e para permanecer haveria de dar certo.
No Brasil, as Amazonas disseram, assim
mesmo, “Graças ao bom deus tiraram as deusas da merda da boca deles...” E a
primeira revolução anarquista brasileira começou, um era presidente, mas não
assinava, o outro andava, mas para comprar cigarro estacionava. Tudo era
válido, se houvesse maquiagem ao extremo, ou pobreza óbvia. Acreditavam em
nada, mas infelizmente, encontraram num buda, uma água morna de uma bacia de
prata segurado por um médico de um par de chinelos havaianas coloridos como
baile de carnaval.
Infelizmente deu no túmulo a cara de quem
jamais sabia que choraria não no jaz de quem jamais sonhou que estaria tão
distante, e que jamais soube que se libertar e se ir e se suceder numa outra
colina de Jospeflei, seria tão natural e conclusivo dessa maneira. Um tapa num
cavalo e um trapézio mal feito não significam uma ditadura no seu sentido
estritamente violento, mais vale dizer, corre, corre, corre, nem o ladrão
segura mais, corre com o pensamento então.
Primeiro havia um príncipe, depois um rei
de manto antigo, capa de pelúcia vermelha e dourada, igual àqueles reis de
castelos de burgos distantes, contos de fadas! Também havia mais três ou quatro
reis, mais um hindu, depois vieram quatro agulhas, e uma o índio tomou. Cinco
picadas. A África, 1981. O suborno. O filho dos mortos. Os filhos mortos, os
que estão mortos. A filha princesa, o filho monstro, o filho do filho pródigo
a quem se negou o copo d’água, as seringas que se compartilham, os sangues que não se coagulam. As hemácias
que se corrompem. O sofismo que não se acaba. O rosto que se petrifica e chora
quando se trinca. A luz dourada que deixa preto o expectador.
A noite nebulosa chama o gato branco que
arranha de costas e faz perder os olhos nos cestos das velhas vassouras. Na
floresta da pipa cinza que nunca ninguém nunca vê, nas folhas secas do último
caminho úmido da nova terra, de onde a Amazônia, inclusive a lua, comeu.
Depois de um tempo, a lua comeu também os
olhos de um índio e o nariz de um outro. Os ossos finalmente se emocionaram, e
a muito custo, todas as pombas brancas da paz foram mortas com um tiro no
peito. Sim, deveras chato um texto pesado, mas para quem começa com chapéis,
nada mais incomoda a vida de nenhum leitor, a não ser o ocasional, obviamente. Bem
vindos à Revolução da Luz!