quarta-feira, 10 de abril de 2024

A ditadura de anticristo se chama Revolução da Luz






Busquei a coragem do lado de fora do quadrado, que era a janela pequena do quarto azul e gelado, algumas mulheres, Escabosa, e uma órfã. A tentativa da força para construir saiu pelas solturas das grades, dizendo um homem magro e sedento de fome, com bigodes rentes aparados para baixo. Mulheres de branco sempre eram procuradas para torturas e aprendizados, aprendendo e convivendo no terror dos riscas facas.

Colombianos com moedas de tio Patinhas a vender artesanatos e a praticar escambos em feiras, mulheres vestiam-se em panos coloridos e os homens cantavam num soar grosso e grave, como tucanos anunciando os fins dos céus azuis. O fim do apocalipse, o final do anticristo, o começo da era anticristã finalmente estava chegando. Havia começado a revolução anticristã. A ditadura de direita, na qual para entrar haveria de saber microeconomia, e para permanecer haveria de dar certo.

No Brasil, as Amazonas disseram, assim mesmo, “Graças ao bom deus tiraram as deusas da merda da boca deles...” E a primeira revolução anarquista brasileira começou, um era presidente, mas não assinava, o outro andava, mas para comprar cigarro estacionava. Tudo era válido, se houvesse maquiagem ao extremo, ou pobreza óbvia. Acreditavam em nada, mas infelizmente, encontraram num buda, uma água morna de uma bacia de prata segurado por um médico de um par de chinelos havaianas coloridos como baile de carnaval.

Infelizmente deu no túmulo a cara de quem jamais sabia que choraria não no jaz de quem jamais sonhou que estaria tão distante, e que jamais soube que se libertar e se ir e se suceder numa outra colina de Jospeflei, seria tão natural e conclusivo dessa maneira. Um tapa num cavalo e um trapézio mal feito não significam uma ditadura no seu sentido estritamente violento, mais vale dizer, corre, corre, corre, nem o ladrão segura mais, corre com o pensamento então.

Primeiro havia um príncipe, depois um rei de manto antigo, capa de pelúcia vermelha e dourada, igual àqueles reis de castelos de burgos distantes, contos de fadas! Também havia mais três ou quatro reis, mais um hindu, depois vieram quatro agulhas, e uma o índio tomou. Cinco picadas. A África, 1981. O suborno. O filho dos mortos. Os filhos mortos, os que estão mortos. A filha princesa, o filho monstro, o filho do filho pródigo a quem se negou o copo d’água, as seringas que se compartilham,  os sangues que não se coagulam. As hemácias que se corrompem. O sofismo que não se acaba. O rosto que se petrifica e chora quando se trinca. A luz dourada que deixa preto o expectador.

A noite nebulosa chama o gato branco que arranha de costas e faz perder os olhos nos cestos das velhas vassouras. Na floresta da pipa cinza que nunca ninguém nunca vê, nas folhas secas do último caminho úmido da nova terra, de onde a Amazônia, inclusive a lua, comeu.

Depois de um tempo, a lua comeu também os olhos de um índio e o nariz de um outro. Os ossos finalmente se emocionaram, e a muito custo, todas as pombas brancas da paz foram mortas com um tiro no peito. Sim, deveras chato um texto pesado, mas para quem começa com chapéis, nada mais incomoda a vida de nenhum leitor, a não ser o ocasional, obviamente. Bem vindos à Revolução da Luz!


A ditadura de anticristo se chama Revolução da Luz

Busquei a coragem do lado de fora do quadrado, que era a janela pequena do quarto azul e gelado, algumas mulheres, Escabosa, e uma órfã. A t...