A transição de poder de um Estado dominante para outro é um evento histórico familiar no mundo, mas a difusão do poder é um processo recente. O problema para todos os Estados na era atual da informação é que mais coisas estão acontecendo fora do controle até mesmo dos Estados mais poderosos. À medida que as comunidades virtuais se desenvolvem na internet, elas atravessam as jurisdições territoriais e desenvolvem seus próprios padrões de governança.
Transformações
cibernéticas extremas não são mais estranhas, uma nova revolução da informação mudou
a natureza do poder e aumentou sua difusão. Os Estados ainda são os atores
dominantes no palco mundial, mas o palco está bem mais povoado e difícil de
controlar.
A
era da informação tem conduzido a reduções enormes no custo de criar,
processar, transmitir e buscar informações. Na década de 1990 havia cerca de 50
sites no mundo, em 2000, esse número já superava 5 milhões, atualmente existem
mais de 1 bilhão de sites disponíveis. Em 2010, a China tinha mais de 400
milhões de usuários da internet e o Facebook atingiu no ano 1 bilhão e meio de
usuários ativos e inativos. Atualmente, 2 bilhões de usuários no dia a dia
acessam a rede social.
Em
1980, as chamadas telefônicas transmitidas por fio de cobre só conseguiam
carregar 1 página de informação por cada minuto, atualmente, um cabo fino de
fibra ótica consegue transmitir mais de 100 mil volumes em 1 segundo.
A
quantidade de informações que pode ser transmitida para o mundo todo é
virtualmente infinita, o resultado é uma explosão de informações. Na primeira
década do século XXI, foram criados 900 bilhões de gigabytes de informações
digitais, isso significa um número mais de 10 milhões de vezes as informações
contidas em todos os livros já escritos até hoje.
A
velocidade do tempo da internet significa que todos os governos tem menos
controle sobre suas agendas. Entretanto, os líderes políticos e seus atores
podem desfrutar de liberdade para emergir o que quiserem, contar como entendem
o projeto do palco social. Isso facilita
publicitários políticos menos experientes para utilizarem o meio digital e
midiático a favor de sua própria nação, não levando em consideração a própria
nação, como os indivíduos, a fome, o frio, a devastação patrimonial, o assassinato
de voluntários, jornalistas, jovens e crianças. Ao se gabar de seu poder de
oratória virtual, o publicitário político não estica sua visão ao horizonte, e
antes que ele possa reagir em contra-ataque, os acontecimentos podem sair do
controle, assim, o conjunto social, urbano, agrícola, turístico, industrial, etc.,
se torna um abismo em devassidão.