quinta-feira, 18 de junho de 2020

Curar a Terra


Nos tornamos Planeta Terra a partir do momento em que, olhe a si mesmo e se separa do mundo, odeia  as pessoas, briga, ri, xinga e altas gargalhadas damos, enquanto não pensamos antes, que todos choram em pleno espetáculo de circo ao ver o palhaço, mesmo não sabendo que fazemos isso. À medida em que se isola de tudo e de todos eu capto a sensação cruel de que mãos de ferro não serão suficientes para as barricadas dos jardins Aristotélicos. De onde circunferências concêntricas de vespas pretas em meio a egoísmo diziam que a carroça havia parado em algum lugar do passado que não no verde ou no azul. Saía de um pátio um pouco carregado demais de vespinhas de todas as cores e entrava em outro cheio de neon para livrar o azul pouco claro e quase turquesa de uma maré vermelha pintada de verde-mata quase roxo. Se a terra era pouca até então pensavam ser o suficiente e batiam no peito, socando-o para dentro a trazer uma tosse cuspida de pouca fé e soberba às sobras. Fecharam-nos, pouco a pouco sobravam-se. Janelas escuras, portas fechadas, sala fria, cadeiras geladas, papéis brancos em folhas descontáveis. Olhos baixos, clorofórmio, pastas de papéis em branco e preto e ainda a cloroquina nos faltava. Mesmo não havendo nada, Clarice Lispector já nos alertava que talvez fôssemos um pouco menos do que achávamos que éramos. Em resguarda, num lugar ainda mais frio que mesmo o clarear da brancura da luz cortava até a alma sóbria, nada nos fazia esquecer. Enquanto Einstein, em um de seus jardins tranquilos na pura e tenra idade sombrosa das árvores em meio ao canto dos pássaros de amor verdadeiro, olhava-nos com cautela, a dizer e repetir, pois não tive tempo em ter culpa nenhuma, me acharam, avistaram-me, trabalhei e morri como um bom judeu homem que fui nesta Terra. Não fizemos nada, olhando sempre à frente, não dá para nos esquecermos dos nossos trabalhos e dos nossos tempos, talvez quiséssemos que aquilo atrás fosse outra coisa. Mas há quem? Perguntei a mim mesma. Ao gostar, vou amar e odiar ao mesmo tempo. Venero a Terra, solo e água, quanto a mim mesma, faço como devo, acreditar que sou eu quem vive aqui. 



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