Era um dia de sol aparecendo, mar
caribenho e gente agitada pelo calor. Cada um se identificava pelo ódio, pela
inveja, pela língua preta e pela língua de trapo. Podia-se demonstrar o
alargamento da ignorância numa velocidade de um Covid-19, XYKZ, e TXHF887234W.
Encarando os protetores da lei e da ordem, não da justiça, digo apenas da lei e
da ordem. Concentravam-se em grandes pacotes de televisão, ventilador, roupas e
outras bugigangas, sacolões enormes de sacoleiros que pediam dinheiro ao
departamento social, pediam mais do que os sem tetos e os hospitais públicos,
postos de saúde e escolas. A supremacia da malandragem, maldade, do olho gordo
e da fofoca transformavam ruas, novelas e músicas, em uma enorme língua de
trapos que se estendia norte-sul, Nevada e Seul, Sibéria e Panamá, na rota
aérea. Perto de um cais, estava um siri solitário que chorava a situação das
ruas empedradas, do paralelepípedo, das músicas nostálgicas, acrescentando o
abandono da natureza norte-americana, resultando numa única playlist que
sobrevoou MEnhátan com visto livre. Chorando a não identificação com o mundo
redondo, não percebeu enquanto chegava um pequeno baby shark balançando as nadadeiras
e o rabicó. Encarou o siri que se assustou e se encolheu, tampando os olhos com
suas patas de pinça. Baby shark disse, fique sossegado, siri chorão, não
costumo me alimentar de tristeza. Isso é uma acomodação bem covarde, eu diria.
O siri permaneceu paralisado, agora com os olhinhos à mostra. Quantos
ressentimentos você tem, Oh siri! Eu diria que seria impossível me limitar à
estática da problemática do meu ser. O porco fede e a galinha morre
destroncada. Disse o siri.
Que pensamento estranho você tem da vida,
siri! Respondeu baby shark. Ao acumular experiências de vida precisamos
aprender a esquecer o passado e saber que os decorrentes vão e vêm, como o mar.
É necessário distinguir nossos erros dos erros dos donos, afinal, os donos
fazem pistas ligeirinhas pelas rodovias e voos afora, nós, os híbridos de
horrores com escravidão e mão leve, temos churrasco, picanha, pizza, lanche,
carnaval de rua, cheiramos a suor porque trocamos o desodorante pelo smartphone
e enchemos os transportes públicos de gazes fétidos e verdes porque nós odiamos
saladas, caminhadas e disciplina do bem-estar. Entre todos os bichos, o bicho
cego sempre será considerado o mais leve, feliz, espontâneo e bem informado
pelo jornal nacional. Nossas fantasias são imensuravelmente incontestáveis de prazerosas.
Disse o siri. Se observarmos esse jeito
estático do conjunto da vida social, veremos que os componentes da sociedade e
das relações sociais possuem um padrão tóxico. Isso não pode se manter. Os
sorrisos geralmente não são um sinal de alegria, mas sim de desespero. O
comportamento social é lento, mórbido, sórdido, masoquista e deixa o lado bom
de se viver à disposição dos acenos das casas grandes. O avião, correio,
televisão, rádio, o cinema, a imprensa, o cavalo e a carroça, vão sempre aonde
mandam o dono ou o acordo.
Ora, repudiou baby shark. A repulsão é
um sinal de doença da baixa autoestima. São emoções reprimidas, que de tão
asquerosas se tornam indiferentes e vagas. Geralmente nos tornamos pequenos quando
criticamos com angústia, achando que a única certeza é a crítica.
Eu não me agarro no azar, nas
cotoveladas, no toque indelicado, na falta de preponderância, no pontapé, no
empurrão ou no beijo da aranha.
Vamos! Deixe esse humor para lá, siri
zangão. Não desperdice o ódio! Que tal um início de história?! Estou indo para
Miami, dizem que as promoções por lá estão ótimas, vamos nos ocupar de contatos
primários, games, smartphones, adida e nike...deixe o que é secundário para encontra-lo
quando ele se tornar parte fundamental da nossa vida humana e inter-humana...
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