terça-feira, 21 de abril de 2020

Quase “De Amor e Trevas” Amos Oz

Ser feliz como imposição, cuidado com o dinheiro de Hippocrates, inserindo em seus pacientes um cinismo adoecedor. Ladroeiras de suas verdades, de seus desastres, traumas, perdas e sustos. Aceita realmente que um atestado de óbito é sua loucura, que deve consentir um fardo que é mais que o dobro de sua altura, de um peso grande sem fim. São sequestradores das verdades, gananciosos, corruptos e covardes. A anistia é dada a todos, para ele, para os outros e para os demais, exceto para aquela que não tem nome, idade ou atestado de óbito. A falsidade ideológica não cabe a mim, tampouco me tornaria uma  lá vadia a pensar que consigo respaldos se eu esmolasse por miúdos pelos submundos da Sé, da República ou de um viaduto de rumos à desgraça de um engenheiro mal pago de amor e autoestima e de um governo rodeado de infantilidade. O desemprego já chega, somente questão de trabalhar um pouco mais, e se segura moça, jamais uma cocanomaníaca não perdoa, ela deixa passar eventualmente, principalmente se a ponte é velha, suja e atrelada a pedaços de corda. O que é pior? Admitir os próprios erros através de um feitiço é um sacrifício animal, ou viver de lenço nos topos, dentro de um templo, a orar todos os dias silenciosamente para seu vizinho (a) adoeça e morra? Não levem o crime para o sistema, não esperem por três ou seis meses. Simplesmente qual é o tamanho da maldade resultado de cada ato. Macaco gordo são melhores que macacos magros e ligeiros, seu lugar nos galhos é único, enquanto o magricelo macaco escorrega de galho em galho.  Beber antídoto quando se é o veneno, o que acontece? Seria como o bezetacil pela segunda dose depois da alergia ao medicamento? Quem, ao amanhecer, não gostaria de jamais saber que tem de suportar a estupidez de um gorila gordo que rebola em seu sofá e calar a boca de uma criança esfaimada, miserável, sem identidade, sem direitos, sem passeios, sem diversão e sem um partner in crime que lhe seria útil em momentos perigosos. Um moleque esperto, um pai que odeia quando olha nos olhos, um governo que entope os brasileiros de um orgulho e tanto sem precisar ser verde e amarelo, uma cidade de branco e azul, irmãs que se agarram em abraços cheios de ternura. Somos nós que estamos falando a mesma língua. Não fui eu quem não quis, foi a tortura que não deixou lembrar de mais nada.  Talvez eu quisesse ser pata, a patinha folheia os livros ilustrados enquanto o discípulo estuda, ela diz que lê, e acalma, quá, quá... Não é a revolução dos bichos, jamais seria tamanha maldade os passos de uma pata, um gato, um porco ou um macaco. Acho que “De amor e Trevas”, ou “A Caixa Preta”, sem a exatidão do que deveria ser medido, em que o pai engole a desgraça de ter perdido sua filha para o namorado ao invés de ingressar no Exército e prosseguir com a carreira dele. Luto da igualdade, pacificação, guerra, luto contra imposição, pelo fim dos estopins de todos os minutos, por um amor que, quem sabe um dia, compreenda os perigos da vida. Fim do trabalho? Quando eu morrer vou ser um anjo, então, que seja sem a aposentadoria, pois sem sangue e sem carne, osso, pelos e cabelos, estarei por aí, fofocando, contando tudo para os querubins. Até as news from the Being Human chegarem lá em cima, que é tão lindo, que não sou nem digna de espionar um tantinho. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A ditadura de anticristo se chama Revolução da Luz

Busquei a coragem do lado de fora do quadrado, que era a janela pequena do quarto azul e gelado, algumas mulheres, Escabosa, e uma órfã. A t...