quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Nada right o high publicitário digital

A transição de poder de um Estado dominante para outro é um evento histórico familiar no mundo, mas a difusão do poder é um processo recente. O problema para todos os Estados na era atual da informação é que mais coisas estão acontecendo fora do controle até mesmo dos Estados mais poderosos. À medida que as comunidades virtuais se desenvolvem na internet, elas atravessam as jurisdições territoriais e desenvolvem seus próprios padrões de governança.

Transformações cibernéticas extremas não são mais estranhas, uma nova revolução da informação mudou a natureza do poder e aumentou sua difusão. Os Estados ainda são os atores dominantes no palco mundial, mas o palco está bem mais povoado e difícil de controlar.

A era da informação tem conduzido a reduções enormes no custo de criar, processar, transmitir e buscar informações. Na década de 1990 havia cerca de 50 sites no mundo, em 2000, esse número já superava 5 milhões, atualmente existem mais de 1 bilhão de sites disponíveis. Em 2010, a China tinha mais de 400 milhões de usuários da internet e o Facebook atingiu no ano 1 bilhão e meio de usuários ativos e inativos. Atualmente, 2 bilhões de usuários no dia a dia acessam a rede social.

Em 1980, as chamadas telefônicas transmitidas por fio de cobre só conseguiam carregar 1 página de informação por cada minuto, atualmente, um cabo fino de fibra ótica consegue transmitir mais de 100 mil volumes em 1 segundo.

A quantidade de informações que pode ser transmitida para o mundo todo é virtualmente infinita, o resultado é uma explosão de informações. Na primeira década do século XXI, foram criados 900 bilhões de gigabytes de informações digitais, isso significa um número mais de 10 milhões de vezes as informações contidas em todos os livros já escritos até hoje.

A velocidade do tempo da internet significa que todos os governos tem menos controle sobre suas agendas. Entretanto, os líderes políticos e seus atores podem desfrutar de liberdade para emergir o que quiserem, contar como entendem o  projeto do palco social. Isso facilita publicitários políticos menos experientes para utilizarem o meio digital e midiático a favor de sua própria nação, não levando em consideração a própria nação, como os indivíduos, a fome, o frio, a devastação patrimonial, o assassinato de voluntários, jornalistas, jovens e crianças. Ao se gabar de seu poder de oratória virtual, o publicitário político não estica sua visão ao horizonte, e antes que ele possa reagir em contra-ataque, os acontecimentos podem sair do controle, assim, o conjunto social, urbano, agrícola, turístico, industrial, etc., se torna um abismo em devassidão.

 



terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Praça húngara

E é assim que nós aprendemos, através das negações, das ditaduras, das guerras, das diásporas. Não existe a realidade sozinha, mas apenas representações dela. Dessa maneira, os grupos dominantes, que buscam construir e universalizar suas visões de mundo, constroem essas representações discursivamente por meio do estabelecimento de identidades antagônicas, dizendo o “sim” ou “não”, de acordo com a beleza que julgam ser belas.

Nesse processo de construção de identidades, dos figurinos, do protótipo, é fundamental apontar que a linguagem é tanto social quanto política, configurando-se como um sistema inerente e dinâmico. A linguagem é social quando permite socialização dos indivíduos por meio de sua criação de termos e significados, é político porque é um lugar onde subjetividades e identidades particulares são produzidas e reproduzidas entre ideias e ideologias que se preponderam, enquanto outras são simultaneamente excluídas. A análise conjunta das esferas social e política no estudo da linguagem é fundamental uma vez que no nível individual - as crenças pessoais, mais do que perenes, instintivas e naturais, são textualizadas a partir de uma produção histórica de um código epistemológico profundamente envolvido com outras crenças, sendo elas familiares, grupais, antropológicas, culturais ou relacionadas a um passado mal interpretado.

Ao se pensar em identidades dentro de um processo dinâmico onde sujeitos e objetos são continuamente reafirmados, negociados e refeitos, é fundamental a compreensão do histórico, das crises, da cultura, do pensamento e da colonização de um Estado como dependente de uma constante afirmação de sua identidade, que ocorre por meio da demarcação de seu outro adversário, este outro adversário é construído linguisticamente como aquele que está além dos propósitos fundados, além das fronteiras que se possa enxergar ou valorizar. Portanto, a fronteiras são o mecanismo que permite e potencializa a demarcação do “dentro e fora”, “eu e outro”, “cidadão e estrangeiro”.

A soberania é um traço do pensamento político moderno, pois representa a evolução da organização política, nacional e internacional, a esfera do pensamento interno e externo, e assim cria condições para a existência das ideologias, do estranhamento, do preconceito, do racismo, da intolerância e da desproporção. Isso faz com que a sociedade se apresente como a defensora de um povo contra os diferentes “outros” que ela considera inadequado, diferente, incomum ou fora do seu padrão de vida.

A demarcação de fronteiras entre identidades diferentes, etnia, religião, grau de estudo, nacionalidade, modo de se vestir, maneiras de falar, tratamento pessoal, educação, permite a criação constante do “eu individual” em oposição ao “outro diferente”. Essas construções tendem a emergir em discursos de segurança que são tradicionalmente constituídos por meio de um indivíduo diante de uma ou mais ameaças, quando as identidades são radicalmente diferentes do “eu da manobra”.

Assim, a construção da diferença, a exclusão do diferente e a sua conversão à alteridade são fundamentais para a firmação do eu como legitimação própria da existência da identidade constante que já se formou. A delimitação do interno e do externo pelas fronteiras da consciência e do “eu” está relacionada a quase todas as difíceis questões do nosso tempo, distinção, discriminação, inclusões, exclusões, ódios, rancores, abusos, ilegitimidades, inconstâncias, dissimulações, preconceitos, propósitos, começos de alguma coisa, fins de outras, etc.




domingo, 19 de fevereiro de 2023

Siri à la cubana e baby shark


Era um dia de sol aparecendo, mar caribenho e gente agitada pelo calor. Cada um se identificava pelo ódio, pela inveja, pela língua preta e pela língua de trapo. Podia-se demonstrar o alargamento da ignorância numa velocidade de um Covid-19, XYKZ, e TXHF887234W. Encarando os protetores da lei e da ordem, não da justiça, digo apenas da lei e da ordem. Concentravam-se em grandes pacotes de televisão, ventilador, roupas e outras bugigangas, sacolões enormes de sacoleiros que pediam dinheiro ao departamento social, pediam mais do que os sem tetos e os hospitais públicos, postos de saúde e escolas. A supremacia da malandragem, maldade, do olho gordo e da fofoca transformavam ruas, novelas e músicas, em uma enorme língua de trapos que se estendia norte-sul, Nevada e Seul, Sibéria e Panamá, na rota aérea. Perto de um cais, estava um siri solitário que chorava a situação das ruas empedradas, do paralelepípedo, das músicas nostálgicas, acrescentando o abandono da natureza norte-americana, resultando numa única playlist que sobrevoou MEnhátan com visto livre. Chorando a não identificação com o mundo redondo, não percebeu enquanto chegava um pequeno baby shark balançando as nadadeiras e o rabicó. Encarou o siri que se assustou e se encolheu, tampando os olhos com suas patas de pinça. Baby shark disse, fique sossegado, siri chorão, não costumo me alimentar de tristeza. Isso é uma acomodação bem covarde, eu diria. O siri permaneceu paralisado, agora com os olhinhos à mostra. Quantos ressentimentos você tem, Oh siri! Eu diria que seria impossível me limitar à estática da problemática do meu ser. O porco fede e a galinha morre destroncada. Disse o siri.

Que pensamento estranho você tem da vida, siri! Respondeu baby shark. Ao acumular experiências de vida precisamos aprender a esquecer o passado e saber que os decorrentes vão e vêm, como o mar. É necessário distinguir nossos erros dos erros dos donos, afinal, os donos fazem pistas ligeirinhas pelas rodovias e voos afora, nós, os híbridos de horrores com escravidão e mão leve, temos churrasco, picanha, pizza, lanche, carnaval de rua, cheiramos a suor porque trocamos o desodorante pelo smartphone e enchemos os transportes públicos de gazes fétidos e verdes porque nós odiamos saladas, caminhadas e disciplina do bem-estar. Entre todos os bichos, o bicho cego sempre será considerado o mais leve, feliz, espontâneo e bem informado pelo jornal nacional. Nossas fantasias são imensuravelmente incontestáveis de prazerosas.

Disse o siri. Se observarmos esse jeito estático do conjunto da vida social, veremos que os componentes da sociedade e das relações sociais possuem um padrão tóxico. Isso não pode se manter. Os sorrisos geralmente não são um sinal de alegria, mas sim de desespero. O comportamento social é lento, mórbido, sórdido, masoquista e deixa o lado bom de se viver à disposição dos acenos das casas grandes. O avião, correio, televisão, rádio, o cinema, a imprensa, o cavalo e a carroça, vão sempre aonde mandam o dono ou o acordo.

Ora, repudiou baby shark. A repulsão é um sinal de doença da baixa autoestima. São emoções reprimidas, que de tão asquerosas se tornam indiferentes e vagas. Geralmente nos tornamos pequenos quando criticamos com angústia, achando que a única certeza é a crítica.

Eu não me agarro no azar, nas cotoveladas, no toque indelicado, na falta de preponderância, no pontapé, no empurrão ou no beijo da aranha.

Vamos! Deixe esse humor para lá, siri zangão. Não desperdice o ódio! Que tal um início de história?! Estou indo para Miami, dizem que as promoções por lá estão ótimas, vamos nos ocupar de contatos primários, games, smartphones, adida e nike...deixe o que é secundário para encontra-lo quando ele se tornar parte fundamental da nossa vida humana e inter-humana...


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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Bléd Eslovénia-A beleza em refúgios

Como processo de busca simbólica, na escala de valores mais importantes, a Eslovênia acredita ser a segurança e a paz o ponto principal do governo entre as famílias, 71% da população acredita ser este o fundamento mais importante entre seus valores, 65% acreditam que os maiores valores são o desenvolvimento da saúde e a preservação da natureza, e em terceiro lugar está a igualdade antes das leis individuais, antes das nações e antes de etnias.

Estendendo-se os dados, 12% acreditam no valor como o poder e a influência da sociedade, 20% na crença em Deus, 32% numa vida criativa e 34% em preservar valores tradicionais.

Em 2003, foi feita uma pesquisa de opinião entre os eslovenos acima de 18 anos de idade que apontou que 43% dos habitantes acreditam que o número de imigrantes na Eslovênia deveria permanecer o mesmo, 31% que o número de imigrantes poderia diminuir um pouco, 17% acreditam que o número de imigrantes deveria ser reduzido,. Apenas 3% acreditam que o número de imigrantes poderia crescer.

A Eslovênia está no ranking entre os Estados mais restritivos para pedido de permissão de asilo. Apenas Noruega, Hungria, Alemanha e Bélgica ultrapassam o ranking esloveno de habitantes que discordam da posição do governo de ser flexível com leis de refugiados.

A Eslovênia iniciou sua experiência política e suas questões legais em relação aos refugiados pela primeira vez em 1992, quando cerca de 70 mil refugiados da Bósnia e Herzegovina e Croácia tentaram obter proteção na Eslovênia depois dos conflitos de guerra com a Iugoslávia. Os primeiros casos de asilo começaram em 1993, com cerca de 11 casos. Em 2003, aproximadamente 14 mil pedidos.

Em toda a União Europeia, 6% dos pedidos de asilo em 1993 eram com destino à Eslovênia, 15% para Polônia, 19% para a Hungria e 28% para a República Tcheca. A origem na maioria dos casos desses refugiados eram da Turquia, Sérvia, Montenegro e Albânia.




sábado, 28 de janeiro de 2023

Cheiro de tristeza com angústia de algodão PARTE II



Dragão de escamas verdes e olhos amarelados chorava desespero e seu suor de medo exalando covardia me deixou irritada.

Por que choras, dragão das neves?

Porque há guerras.

E foi você que fez isso?

Não, de jeito nenhum.

O que você pode fazer para ajudar uma população entorpecida e surtada em pânicos, exaustão e ódio?

Viver mais mil anos adormecido.

Não gostaria disso? De acordar num mundo melhor sem ter que ver tantos sofrimentos que não fori você o artista de toda essa obra escalafobética e irritante de gente que fede a inferno e percorre os quatro cantos da terra para encontrar um botão vermelho dos ortodoxos russos?

Você, dragão de escamas verdes e olhos amarelados, pinte seu rosto de vermelho, desenhe formas de raízes pretas em toda a face, se cobre com uma pele de carneiro, deite no relento perto de uma fogueira que estala as serragens. Tatue na sua pele os símbolos e as cores da sua própria guerra, ande descalço na areia e faça anjos na neve. Acenda velas, incensos em sua volta, coloque canela, acrescente arruda e sal grosso, use ervas xamãs. Ouça o som do vento de sua solidão, logo perceberá que seu coração tem a batida feroz como um tambor celta de ritos mágicos. Fixe seu olho direito no espelho e só sai dali quando souber que ter um, dois ou três olhos, no final das contas, é quase a mesma sensação dos sentidos. Da morte de uma vala me livrei, dragão, quando eu tinha dois anos, terroristas vestidos de carneiros marrons me tiraram do leite materno, torturaram e estupraram minha mãe, ela pedia em desespero, “filha, não olhe, filha, não olhe”... Enquanto um carneiro marrom virava meu rostinho para ela, eu chorava quando via sua cara esfolada, sangrando, arroxeando. O carneiro era esquisito, porque ele ria com isso. Nunca mais vi minha princesa, uma mãe novinha, cheia de conhecimento de vida e da amor para me carregar para o resto das nossas vidas.. Amassavam meus pés enquanto eu estava em choque e não reagia e não chorava. Torturavam meus olhinhos com uma agulha para que eu aprendesse a não ter reação, a não piscar e a não sentir medo. Me bateram, me deixaram suja, cheia de piolhos num cabelo clarinho e lisinho de bebê que só tinha a mãe como referência no mundo. LF foi recrutado para me levar na vala, não era levar exatamente, era jogar abaixo. LF me olhou e fugiu com o coração do pequeno bambi ainda batendo. Sob juramentos e ameaça de morte, meus pais nunca puderam me revelar um segredo tão fundamental para a vida de uma mulher. Asknazi menininha que era, fui criada por uma família de coração Sefaradi, da linhagem de Davi, do último rei da disnastia quando o califado invadiu Israel e nos expulsou. Quero dizer, expulsaram minha família de coração, a minha família que percorre nas veias vieram do holocausto da segunda guerra. Conheci pouco, até assassinarem minha mãe e me tentarem jogar na vala da presença dos ausentes. Hoje não sei minha idade ao certo, trinta e poucos, não tenho documentação, não sei meu nome ao certo, minha mãe nunca me chamava pelo meu nome e ela não queria que eu soubesse o dela. Minha família de coração foi obrigada a ficar comigo, ou ficava ou me matavam. Se fica, é segredo oficial do doi-codi, se fala, todos morrem. Enfim, é isso, dragão de escamas verdes e olhos amarelados. Apesar da nossa vida ter sido imensamente cruel,  sempre fomos nocauteados  a vida toda por agentes com pele de carneio marrom, minha mãe me ensinou os cantos dos pássaros, me pai me ensinou a andar de cabeça erguida, e minha irmã é uma das minhas melhores amigas. Sabe, dragão verde, faça seu xamanismo nas neves, na praia, numa ilha do Triângulo das Bermudas. É assim mesmo, enquanto a guerra não acaba, nós vivemos cotidianamente em estado depressivo e de alerta. Mas se deve ter coragem, pessoas que aceitam uma guerra não pensam em sua prole ou em como defende-la do frio, da falta de aquecimento, da falta de mantimentos. Quando algo desse tipo acontece, se balança a cabeça e se planejam viagens para daqui a dez anos. A aceitação muitas vezes nos faz bem melhor do que o perdão. Ninguém é obrigado a perdoar, mas agradecer pelo sol que nasce e dormir num travesseiro sem culpas de quem matou mulheres e crianças, de quem torturou crianças e jovens, só de sermos vítimas no mundo, já é um bom motivo para ser feliz. Sei que é difícil ser a vítima, isso dói, mas ser o agressor, deixa o coração cheirando a podridão negra e embaçada que nem mesmo os urubus chegam perto.”

Dragão de escamas verdes abriu os olhinhos como um cachorrinho pede afago. Ele abaixou a cabeça com aqueles dentes grandes e pontudos. Eu num toque suave levantei seu rosto e disse a ele que jamais teríamos culpa de quem passa fome numa guerra.

“Você deve conhecer os tabuleiros do xadrez da vida mais ainda do que o tabuleiro do próprio jogo de xadrez. Eu por exemplo, cabeça de miolo de pão com TDH pisco e levo  um xeque. Mas oras, nesse tal de xadrez da vida, eu agarro meu cajado de aço cromado em platina, quebro todo ele, construo todo ele de novo, para que jamais me tirem o lugar do bispo que eu escolhi nos tabuleiros reais das nossas histórias.

 

Cheiro de tristeza com angústia de algodão PARTE I

 Um cheiro de tristeza com angústia de algodão, as guerras estavam borbulhando, como quando se deixa a chaleira de água do café da manhã, corre lavar o rosto e acaba se distraindo... As borbulhas ficam todas à tona.

Ouvi a voz do terror negro vindo de dentro do planeta Terra, bem lá no fundo, o dragão gritava assustado, e chorava de medo. Passei pela Sibéria para andar com os lobos ferozes, e senti o cheiro de suor do medo que dragão potente sentia naquele momento.

Dragão de grossas escamas verdes e olhos amarelados habitado no fundo das montanhas de neve siberiana exalava um cheiro vermelho com musgo de algas marinhas e cascas de bananas.

Dragão da Sibéria urrava amedrontado, sem fé, sem esperanças para dias melhores. Ligou para a Coreia do Norte e disse, quero morar com vocês, KIM pediu um tempo. No Brasil, as Amazonas de Sérgio Buarque construíram um campo de proteção ao redor de suas pampas e das árvores enlouquecidamente gigantes e sombreadas que ocultava todos os pedaços do sol.

Eu estava próxima ao Rio Pardo, brincava com os lagartos, observava os gaviões, olhava para a correnteza do rio e buscava meus mistérios mais ocultos no vermelho aquífero que deslizava fortemente para o Paranapanema.

Subi os morros de terra roxa acobertados de sombras prontas a nocautear o sol. Voltei-me ao campo e ao rio e comecei a sussurrar vagarasomente na preguiça daquele  encantado bosque. “Começaram com uma mãe que zela o bebê, abraça e dá o leite, terminaram com violência infantil, assassinato e valas cheias de ossos sem identidade...” Eu repetia, “Tenho medo, mas não respeito, tenho medo, mas não respeito...”

Voltando dos pampas e do campo magnético mágico das Amazonas que protegiam a floresta encantada, dragão de escamas verde escuro pousou na ponte mais alta do rio Pardo. Me observava enquanto eu acendia velas brancas, incensos e colocava as mãos na terra pedindo perdão. Nos de repentes das minhas crises de choro, meu anjo da guarda me guardou em suas asas brancas de plumas de seda e algodão puro vindo do mato.

Ele olhava para mim e repetia, “Sofia, você é vítima, Sofia, você é vitima, Sofia, você foi vítima, Sofia, você ainda é a vítima. Tome cuidado, Sofia”. Quando Gabriel cresceu duas vezes sua altura e emanou uma luz forte e dourada, eu o olhei e disse, “ muito obrigada”, e mais uma vez as cintilantes magias do Universo haviam me feito sorrir de novo, como sempre acontecia.



sábado, 7 de janeiro de 2023

O pavão negro e o corvo

Enquanto batia o último sino de bronze da meia noite ao lado da floresta de outono, o corvo irlandês sobrevoava o Pacífico gelado em nome do mago ousado que também era chamado de pavão negro. O oceano acima e o oceano abaixo congelavam em águas cristalinas em meio ao turvo som do vento oculto do outro mundo. Enquanto o corvo vivia na solidão das desavenças da introversão do desprezo, o pavão oculto abria um leque de possibilidades de cores sóbrias de olhos vermelhos e cansados, como se a cegueira em olhares amarelados pudesse enxergar as maldades em verdes e azuis que existiam nos pisos lúcidos de madeira. Uma voz entretida saía de uma bruxaria de uma estação de trem de trilhos velhos de ferro, cortava o espaço pequeno e empinado do Mônaco da limpeza, das riquezas, do luxo e das artes. Enquanto o mago anovelado de malvadezas anunciava o natal da igreja ortodoxa, os veteranos diziam na Rússia, só existirem Sibéria e neve. Além de tuneis de gás, de oleodutos e da Praça Vermelha, na Rússia existia também uma linha a oeste e não tênue para aiatolás polacos de narizes empinados, bochechas rosas, malas, sacolas e tênis de trilhas vias afora. Do alto do espaço, uma voz entre os astronautas dizia que erroneamente havia quem pensasse que na lua havia zircônia. O que existia na verdade eram anéis de saturno feitos de ouro, e rubis no planeta vermelho. Em outras galáxias havia de se terem também outros pavões negros e corvos de profundos olhos que captariam relíquias em oceanos Pacíficos. Ao Extremo Sul do Ocidente, ralhavam marés altas de anarquismo e falta do que não se tinha. A magia dos corpos havia começado, e a magia da física violeta e rosa perpassava asfaltos em corpos estelares, cometas e nuvens celestes, nos quais ainda havia de se encontrar espíritos leves, soltos e quem sabe um dia, enaltecidos da tristeza do que é certo, do que é o óbvio, do que é certeiro, de direito, justo, digno e assertivo. Daquilo tudo que na verdade, não existe nada do raso, mas sim muito do preto, do oculto, do pavão negro e do corvo. 



terça-feira, 20 de dezembro de 2022

O cão estadista

 

O bom estadista

Sempre que há ao menos seis ou sete músicos em um país que saibam tocar harpa em qualquer lugar do mundo, deve-se ter a certeza de que aí, há um bom estadista.

Quando existem ruas, calçadas limpas, salubridade urbana, praças públicas, estéticas originais, ou seja, sem as aberrações semi-futuristas old fashion da bagunça inapropriada do submundo ocidental e do extremo sul do ocidente, espaços públicos bem utilizados, aroma de ar inoxidável pelo ambiente a se estender interior afora, há aí um bom estadista.

Se houver segurança máxima, mafiosos sem o poder de comprar um pão francês nas padarias londrinas, poder aquisitivo de túneis de energia, tubos subterrâneos até à China, com certeza teremos um bom estadista.

Se existe um território apropriado para esconder às sombras de cem metros de neve, um criminoso de guerra, um violentador, um traidor da pátria, ou qualquer aberração que houver no país, ali com certeza há riqueza indubitavelmente próspera e inacabável.

Com um estadista de mais de trinta metros de altura, esquálido, ordinário, mas não ganancioso, e sim que luta na ambição para restar na memória do povo uma vida cheia de fronteiras, brigadas, barricadas, ciúmes, mal olhado, raios de maldições, intenções de assassinatos de vinte famílias no mesmo mês que foram mortos em envenenamento por aquecedor à gás, aí existe a inveja de lado a lado, leste a oeste e sul ao sul de uma nação com um bom estadista.

Se há um rei pequeno, ganancioso, um gnomo, um anarquista irritante e desmedido em apresentações circenses, um publicitário na área mundial dos direitos humanos, há de se desconfiar que ao seu lado existe o perigo de um bom estadista e a quebra de uma nova era.

Se puder por vias não escusas, habitar no país uma flor, uma árvore, duas ou três putas, um ourives, uma obra de arte, um prédio de vidro blindado que brilha como zircônia, um trabalhador longe à margem do lupem, haverá um bom estadista.

Em uma democracia sustentável e moderada, uma tentativa de envenenamento, dezenas de drinks provados com gostos completamente incomuns, um escorpião nas costas e um sorriso pavoroso de ver suas vias claras, limpas e grandemente torrenciais em tamanho, se transformando numa praça raivosa e esfaimada, cheia de guerra e sangue, existe aí um esforço enorme em cocriar tradições diferentes de antigos golpistas, e lutar por Tchecov.

Com um terno azul marinho no meio, chapéus pretos em volta e uma capa preta de veludo que se esvanece e se envolta sempre à mesma ambição, ao mesmo telefonema preto, a uma Glasnot diferente, a um cercado vermelho de sangue sujo e faminto com arames farpados in memoriam, livros de capa dura com mil páginas, médicos que se transformam em escritores para sobreviver e ter família, um tributo a uma dinastia humilde, desavisada, ingênua, com mãos estendidas em longínquos braços, gente oculta uma a outra, pessoas fortes com pele saudável, distribuição de violinos para uma comunidade sem olhar o bolso individual, vai haver uma música estridentemente afiada e aguda em grave, que ali existe um porco, um corrupto, um tirano.

Mesmo assim, não seria fácil acontecer um bom estadista, mesmo que aos quinze anos, ele começasse a degustar uma diversidade de venenos para saber distinguir e beber um drink, uma coca-cola, um guaraná, um café, um chá, um wisk, vodka ou qualquer licor de chocolate que existe por aí.




 *pic found on Pinterest

 

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Eu sabia que existia um Dragão para alguém no Mundo

 

Era uma  vez, a calda de um Dragão das Trevas que soltava fogo fervescente como as lavas do sol, tinha cor verde forte e hipnotizante que não se podia parar de olhar. Ele comia cascas de ostras da Austrália, bebia vinho verde de Portugal e fumava tabaco del Paraguay. Ele agia tão soturno que nem mesmo o medo reluzia em quem o visse, de tão soturno e oculto que era em suas sombras rastejantes que nuveavam às espreitas os corredores e esquinas de ruas habitadas por gente e desabitadas de dinheiro. Havia muitos dólares, mas as libras esterlinas ainda eram mais caras. O Dragão habitava o interior do Planeta Terra, e vivia arrebatadoramente em meio à escuridão abusiva e calor escaldante. Quando subia as escadas para chegar ao topo da Sibéria, vinha vestido de branco e azul índigo. A última vez que viera ao Planeta Terra havia deixado a China no vapor do ópio. Da segunda vez, havia iniciado a Maçonaria. E certa vez, quando havia aberto os olhos depois de uma soneca, suas lágrimas de cansaço criara sem querer as crianças-cristal. Depois que acordou novamente pela terceira vez no segundo milênio, ouviu um ruído que parecia serem túneis azuis, violetas e rosas pela eternidade de Seul em São Paulo Megal. Tentou ouvir o barulho dos carros em trânsito, mas só conseguira ouvir as sirenes, os metrôs, os ônibus e os trens. Sentiu nas narinas o violento perfume dos antioxidantes. Estendeu-se um pouco mais ao Oeste e viu que havia um cerco arredondado cercando o Planalto Branco no asfalto esbranquiçado. Seguiu o olhar no horizonte e somente avistou pubs em Washington DC. Subiu o olhar um pouco mais ao horizonte e enxergou as fumaças sobrevoando ainda em neblina escorregadia a Islândia, Escócia, Cork e Belfast. Interagiu com o interior e avistou Cannes e o cinema ainda parecia bem menor, bem mais exaustivo e sua palidez turva desaparecia em meio a tanta luz no  luar que refletia na alta praia. Na Polônia ainda havia gelo soterrado em cima da terra. Os bichos ferozes, Dragão do Sol os tinha, ainda percorrendo desenhos infantis da Looney Tunes. Enquanto isso, as viagens até Bariloche se enlouqueciam, e ninguém mais sabia ou tinha sabedoria o suficiente para descomplicar uma viagem ao Chile. Dessa maneira, o Dragão assoprou um ácido nostálgico de que as comunidades ainda pertenciam e a humanidade ainda era a mesma. Observou um pouco com os olhos amarelos do Deus de Todas As Obras e ainda havia crises e psicopatias à parte. Suspirou. Suplicou por sossego, ainda tendo um pouco mais, encheu seus pulmões de ar e de oxigênio de lá debaixo da Terra e soltou sua respiração, esbaforindo suor às desmedidas e um romântico elixir do sono.






In box paymment message



 Uma grande vitória reconhecida seria o Feedback que o mundo está dando a mim e ao ligamundos.com


Agradeço imensamente 


Além de agradecer imensuravelmente, gostaria de informar aos pagadores pix, que mudei de banco e o atual não tenho chave pix.

Também informo que, caso haja desejo de contribuição, entrem em contato comigo por msg inbox, ou pelo Instagram, nath cami Senior 


Valeu!!!!!!!

Beijos rosa, lilás e azul da irmã do unicórnio a qual vive na Caverna dos Dragões!


“:-)







sábado, 26 de novembro de 2022

Dreaming my Dream...O ano de 2022 que não se foi...E champagne!


Numa noite quente de ventania gelada, no ano novo a chegar a um mês, com pessoas e amigos queridos, pais, pais, mãe, choro e toda a família mais que completa. E eu agradecendo pelos saltos altos confortáveis e pela música clássica galanteada por violinos e pela harpa no auditório.

Estava tudo em Claredon... Eu estava querendo muito uma noite hercúlea como esta. Escolhi uma típica música virtuosa de técnica russa do glorioso compositor e esplêndido russo Tchaikovsky em homenagem a nós, que dia ou outro estamos sempre colhendo algum pólen para semear em páginas que encontramos brancas.

Era à noite e sonhei que eu vivia num castelo celta e era sacerdotisa. Havia um cachorro adestrado muito carinhoso e bonzinho, eu me deitava no salão e brincava com ele, às vezes me assustava com seu latido forte. O castelo era enorme, de piso de pedras grandes, eu tinha várias relíquias, como broches, perfumes, vestidos, elixires, poções fluorescentes, pós coloridos e cintilantes, joias, ervas raras, venenos, remédios, tudo ali me cercava ao total e completo ocultismo da luz e das sombras. Mas houve um episódio em que eu estava na vila e um cavaleiro rude e caçador de bruxas estava parado com os seus. E começou a mexer comigo e a dizer palavrões na língua saxônica. Ele disse, olha só a nobreza do castelo, como está o rei, e falou mal da nobreza, eu desconversei, começou a falar obscenidades em saxão e eu saí, continuei andando pela vila e o clima no vilarejo era maravilhoso, havia um ar de mistério misturado a um bem estar.

Quando acordei, percebi que havia de ir novamente àquele banco para buscar o malote do depósito para a conta da autarquia. Dei uma murchada naquela hora pois me lembrei de que eu teria então, que me encontrar na ida e na volta com o gerente e ele costumava dar uma piscadela de olho pra mim, mesmo usando uma aliança douradona gigantesca na mão esquerda.

Ao invés de me sentir intimidada com o seu olhar despindo minha roupa de frio naquele verão gelado, olhei diretamente na mão esquerda dele, bufei, fiz um bico, levantei a cabeça, acenei para o casal de seguranças do lado oposto e saí pela porta giratória olhando para o oposto de onde aquele ser mínguo, minguante e vagabundo estava. Depois daquele dia eu jamais fui a mesma novamente, até que decidi que aquilo não tomaria mais conta do meu presente momento, passei a olhar as entrelinhas de azia da vida como situações com oportunidades de crescimento.

Então olhei para mim mesma com compaixão, sem ter aquela voz condenadora para os meus erros ou para os dos outros. Em outros laços de tempos, as pessoas as quais eu pensava significar alguma coisa para mim se tornaram cada dia mais insignificantes, nem me lembrava certamente seus rostos exatos ou seus sobrenomes, que também eram insignificantes tendo em vista a vastidão de sobrenomes enriquecedores com os quais eu já estava convivendo ao longo de minha jornada entre São Paulo, Europa, Oriente Médio, Seatle e Ásia. Mesmo que meu dinheiro não significasse nada para eles, pois uma coisa eu aprendi na vida, saiba ser humilde sê rico, pois há sempre um maior à sua frente. Eu sempre fui enriquecida com cultura e experiência que iam além de se atolar de bebidas alcoólicas ou fazer uma piada a la caipirosca pretendida de preconceitos e ofensas, completamente desqualificada. E os restos mortais de outros haviam ficado cegos por quebrar uma garrafa de cerveja para usar o fundo como óculos, ou se auto empalaram em quaisquer das lanças imensas arremessadas pelas revoluções armadas ao interior do país, quiçá caíram em algum fundo de lona, ou se viciaram em ácidos lisérgicos, anfetamina, ou em vodka russa feita com puro álcool pelos sem teto no frio da família Romanov.

Depois das auto autoridades lançadas em forma de penalidade, de vigiar e punir, de tanto que havia lido e relido Foucault para o trabalho final de conclusão de curso, durante toda a faculdade de antropologia e ciência política fiquei confusa e pesada, e pude perceber que finalmente, quase uma década depois eu estava me reorientando na minha própria sociedade organizada, que havia desparecido de tanto descascar camadas e mais camadas de cebolas sociais, percebi o que era bem-estar e plenitude, e aproveitei o doce e suave sabor da flor da macieira que é chegada em dezembro.

Já não mais me ensaiava àquela fadada vida insossa, àquele emprego enfadonho, cheio de dissabores, desamores, anarquia burocrática e imoralidade do sujo e do imundo.

A mulher que me recebeu foi tão generosa que saí do prédio com ar de flutuação, ao passar pelo jardim à frente, fui pisoteando cada casca de semente caída pelo verão com frio, pelo qual estávamos passando. Ao entrar no carro eu pensei, quando estiver em um emprego melhor, sentirão falta da pessoa que eu fui aqui dentro, essa era uma certeza da qual até então eu não tinha. E fiquei pensando nisso a tarde toda, como se um apoio para as mesmices pelas quais eu passava naqueles dias.

E eu tinha toda razão, como sempre costumava ter, desde criança. Um mês depois de me relocar em outro prédio público, o ex-gerente me queria de volta. Quando ouvi a diretora com ele em áudios eu paralisei e fechei os punhos, saí andando tranquila para pegar café quando ouvi algo assim, procura outra pessoa por aqui ela é fundamental pra gente e daqui ela não sai.

Agora era questão de uns dias, semanas, ou talvez mais e mais algumas semanas para que a família toda estivesse realmente se totalizando em todos nós, pais, pais, pais, pais, pais, mãe, choro, amigos, amigas, irmãs, primos, sobrinhos, lençol branco, gato, cachorro, bengal, wippet, Samantha e Frigg, vestidos novos de alfaiataria e bolhinhas brilhantes de oxigênio a se perderem na atmosfera terrestre....ah, como eu me sentia importante nos dias em que podia enxergar as minúsculas bolhas de oxigênio se desfazendo e refazendo no ar em milésimos de segundos. Eu já havia encontrado minha bengal pela metade do preço, bem perto de casa, estava preparando um novo bairro mais plano no qual eu pudesse andar com a Frigg de manhã e à noite, quando chegasse do trabalho. Comecei o ano comprando meu primeiro relógio de Swarovski, e terminei o ano adquirindo um anel de ouro branco 24 kl e sete pequenas pedras de rubi no valor de onze mil. Quatro peças de pano de linho, malha e algodão sobrepunham a cama do meu quarto com cores felizes e sóbrias que só o cinza e o azul marinhos podem ter. A porta havia de ficar sempre trancada na tramela e na chave, mas, todos da travessa sabiam que no portão era dado o acesso à campainha 24 horas por dia.

 ":-D

 


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