sexta-feira, 3 de abril de 2020

A Granja do Torto, a ordem, o progresso e o suicídio social



A Residência Presidencial está dividida em Palácio do Alvorada e a Granja do Torto, na lei, é residência oficial do presidente da República. A Constituição não especifica se é indivisível. O Ministro da Economia passa a morar na Granja do Torto por falta de hotéis, insegurança causada pelo covid-19. Na Granja do Torto, além da Vila dos Operários e da Vila dos Técnicos, reservadas para a ARIS (Área de Regularização de Interesse Social), existe a Vila dos Funcionários, a ARINE (Área de Regularização de Interesse Específico). O ministro fica aonde em casos assim? A informação do site globo de notícias não informou se é na Residência Oficial do Presidente da República, sendo assim, a questão não está dissolvida. Não existe motivo para encontrar legalidade, também não existe provas de ser anticonstitucional. 
No entanto, as regras devem ser respeitadas, para que seja chegada a hora da ordem e do progresso, leis e instituições devem ser mantidas, como segue nas fontes durkheimninanas, abaixo. Justamente o patriarca da Ordem e do Progresso, o legado da bandeira nacional. 
"A instituição social é um mecanismo de organização da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam.

As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, religião, polícia ou qualquer outra, elas agem contra as mudanças, pela manutenção da ordem vigente. (...) 

As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, religião, polícia ou qualquer outra, elas agem contra as mudanças, pela manutenção da ordem vigente. (...) 

Mas Durkheim não pode ser meramente tachado de conservador, sua defesa das instituições se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras ("em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. (...)




(...) Como referido por Boudon & Bourricaud (1993), a abordagem biográfica e qualitativa defendida por Douglas (1970) seria brilhantemente desenvolvida por Baechler (1975), para quem “pode-se interpretar o suicídio como uma resposta a uma situação: todos os suicídios resultariam do fato de que o suicida deixou-se prender numa armadilha. O suicídio, portanto, deve ser interpretado como uma solução ‘estratégica’ dada pelo indivíduo a problemas existenciais” (Baechler, 1975, apud Boudon & Bourricaud, 1993:551). (...)"

Levemos o trabalho a sério.

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